Como sei se a fala e audição do meu filho está normal?

As respostas ao estímulo sonoro, que devem ser esperadas de acordo com o grau de maturação da criança é a seguinte:

  • Recém Nascidos: despertar do sono, piscar de olhos e contração muscular a sons mais intensos;
  • 3 a 6 meses: vira os olhos e a cabeça para procurar a fonte sonora, responde para a voz da mãe, gosta de brincar com objetos que fazem barulhos;
  • 6 a 9 meses: responde se chamado pelo próprio nome, entende o “não, tchau”, vira a cabeça em direção ao som;
  • 9 a 12 meses: localiza o som para o lado e para baixo, imita sons simples;
  • 12 a18 meses: obedece ordens como – “Pegue a Bola”, apresenta vocabulário de pelo menos 3 palavras;
  • 18 a 24 meses: localiza diretamente os sons em qualquer ângulo.

Caso a criança não esteja enquadrada nesses comportamentos auditivos “esperados”, exames de audição são indicados para que se possa confirmar seu verdadeiro grau de audição.

Quais são as causas das alterações auditivas?

O conhecimento das causas que determinam alterações auditivas, permite a adoção de medidas adequadas no processo de prevenção.

As causas PRÉ e PERI NATAIS (relacionadas à gestação e ao parto), são as seguintes: desnutrição materna, diabete, fatores genéticos e hereditário, incompatibilidade sanguínea, medicamentos sem orientação médica, radiação, anóxia (falta de oxigenação ao nascer), prematuridade, peso ao nascer menor que 1500 gramas, icterícia, ou ainda infecções perinatais (sífilis, toxoplasmose, caxumba ou rubéola). Cabe ressaltar que 50% dos bebês com perda auditiva, não apresentam fatores de risco.

Os cuidados que devem ser tomados para prevenir as alterações auditivas após o nascimento são: evitar o uso abusivo de antibióticos e tratar toda e qualquer infecção de ouvido (otites), pois estas provocam dificuldades auditivas que quando não tratadas tornam-se permanentes.

O ouvido interno humano é formado após a vigésima semana de gestação. Ao nascer a criança apresenta reação auditiva do tipo reflexa e em seguida inicia-se o processo de aprendizagem e novas respostas ao som são desenvolvidas através das experiências auditivas.

Sabe-se que a descoberta precoce dos problemas auditivos é condição fundamental para que o tratamento possa alcançar resultados satisfatórios, portanto sugere-se a realização do Teste da Orelhinha ao nascimento.

Qual importância do Teste da Orelhinha?

Saber se tudo vai bem com a audição do bebê é um cuidado que deve ser tomado assim que a criança nasce. É a partir dos sons que o bebê desenvolve a fala.

O bebê que não se beneficia de experiências auditivas, não tem condições naturais de desenvolvimento de fala. A idade média de diagnóstico no Brasil é de 2 a 3 anos de idade (quando a criança já apresenta problemas para falar), por não serem evidentes nos primeiros meses de vida, as alterações auditivas são frequentemente reconhecidas por suas consequências.

A exemplo do Teste do Pezinho, o Teste da Orelhinha vem sendo feito em todos os recém nascidos com o objetivo de identificar alterações auditivas para que seja possível minimizar, ou até mesmo evitar os prejuízos à qualidade de vida da criança.

O Teste da Orelhinha representa uma grande conquista tecnológica e humana, que possibilita o diagnóstico de forma rápida, precisa e indolor. Tecnicamente conhecido como “Emissão Otoacústica”, o exame é realizado por uma Fonoaudióloga enquanto o bebê está dormindo no próprio berçário em aproximadamente 5 minutos.

Nunca espere muito tempo para tirar a dúvida sobre a audição de seu filho, ele pode estar sendo privado de receber as informações auditivas em um período crítico para o desenvolvimento da fala (2 primeiros anos de vida).

Por que a audição é tão importante no processo educacional ?

A Audição exerce papel fundamental nas etapas do desenvolvimento infantil, garantindo informações que propiciam a aquisição da linguagem oral e assegurando a integridade do desempenho educacional.

Estudos demonstram uma associação importante entre a ocorrência de pequenas alterações auditivas e a dificuldade no Processo Educacional. Crianças com alterações no Ouvido Médio (Otites Médias, por exemplo), tendem a apresentar diferenças significativas no desempenho escolar ao serem comparadas com aquelas que nunca tiveram história de problemas auditivos na infância.

Alterações auditivas (mesmo que leves), podem trazer dificuldades no desenvolvimento global da criança, porém quanto antes forem identificadas, melhores serão as condições para que alcancem suas potencialidades.